Uma mercadoria tem que ser atraente, tem que ser desejável, tem que ser única. Seus diferenciais devem ser exaltados, suas limitações, suprimidas. A constante atualização e rebranding é uma ordem se ela não quer se render à obsolescência.
Tudo o que vale para uma mercadoria, vale para a lógica das relações contemporâneas.
Abra seu Instagram, aquilo é basicamente uma vitrine.
Cada vez mais somos levados por uma cultura que nos transforma em objetos vendíveis, em que o objetivo é gerar no outro o desejo de nos consumir.
Temos que estar mais bonitos, ter uma vida mais invejável, nos diferenciar da maioria, enfim, garantir que nosso valor de mercado não caia.
Nisso, a exposição de nossas qualidades pessoais visa deixar a “mercadoria” (no caso, você mesmo) cada vez mais atraente, promovendo sempre o crescimento da intensidade do desejo (por você).
Eis a grande característica da sociedade de consumidores, essa tese do Bauman que também mostra como o individualismo do nosso tempo esvazia os ideais de cidadania em detrimento da exposição da vida privada.
Nessa modernidade líquida, quando as relações se tornam frágeis e dispensáveis, sobra apenas o imperativo narcísico da autopromoção. Mas, uma vez que perdemos o lastro humano com os outros e as relações e a coletividade já não são capazes de dar sentido e pertencimento à nossa vida, só nos resta mesmo ser um produto na prateleira, apostando que o desejo do outro pela nossa imagem vai devolver a alegria e a satisfação com a vida.
O texto de hoje é pequena reflexão sobre um partezinha da aula sobre Sociologia do Consumo que tivemos com a prof. Ana Cláudia no dia 05 de outubro que, como você pode imaginar, foi fantástica. Ela ainda contou sobre sua experiência trabalhando num banco, as múltiplas relações entre saúde mental e endividamento, a estrutura socioafetiva da sociedade que leva ao adoecimento financeiro, tudo isso atravessando a obra de Bauman. Foi, simplesmente, maravilhoso e aqui a gente deixa um aperitivo para quem não tava.
Mas se você gostaria de ver o conteúdo, saiba que decidimos oferecer acesso à gravação da aula até o começo do grupo de estudos sobre consumo, no dia 19 de outubro, que também será ofertado pelo Instituto em parceria com a prof. Ana Cláudia.
Ao garantir seu acesso à gravação, você poderá ver a aula por 14 dias.
Se você quer ver a aula, clica aqui→
Mas se você quer saber mais sobre o grupo de estudos, aí você clica aqui →
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Entre para o Grupo de WhatsApp para psicólogos, se você, for, é claro, psicólogo (é bom ressaltar…). Você pode pedir para entrar por aqui →. Todo mês realizamos uma Roda de Conversa sobre um assunto escolhido pelo grupo.
Acesse gratuitamente o ebook Dinheiro na Terapia: Uma apresentação da Psicologia do Dinheiro para psicólogos Apresentamos os pontos iniciais e essencial quando o objetivo é atender queixas ligadas ao dinheiro.
A lista de espera para a próxima turma do PAF - Programa Autodescoberta Financeira está aberta! O PAF é um programa de acompanhamento para investigar a raiz dos problemas e dificuldades da sua relação com o dinheiro. Só abrimos uma turma por ano!
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Só coisa boa, gente!
Pra fechar, deixamos aqui a sugestão de um texto que publicamos ano passado, em que falamos sobre o endividamento a partir do simbolismo psicológico do dinheiro: