É aquele comportamento impulsivo, a dificuldade de gastar sem culpa, é aquela evitação de olhar o extrato e encarar a própria realidade financeira, mas tá tudo bem, “eu já estou trabalhando isso em terapia…”
Mas tá mesmo?
Ou o problema só está sendo sutilmente evitado em longos diálogos e elucubrações com seu psicólogo? Ou você sempre está trazendo temas supostamente “mais importantes” para terapia evitando entrar no que realmente está pegando?
Veja bem, não se trata de ter pressa, alguns processos podem ser lentos mesmo, e tá tudo bem. Mas existe uma diferença entre não estar pronto para mudar e fugir da mudança. Quando a gente quer a mudança, estamos mais disponíveis para pensar sobre os passos que precisamos dar mesmo que ainda não consigamos dá-los.
É claro, muita gente não faz terapia, mas a reflexão vale para outras situações: você está apenas no tempo do seu processo ou você está evitando olhar para o que dói? Na prática, são duas atitudes aparentemente parecidas, mas no fundo completamente diferentes.
Mas quando falamos de abordar questões financeiras na terapia, há ainda outra questão muito relevante: você está com um profissional capacitado?
Uma forma comum de fuga é escolher (e continuar com) um psicólogos que, não aborda e nem te ajuda a enfrentar aquilo que está difícil para você. Nessa situação, o autoengano é extremamente fácil.
Afinal, podemos nos afeiçoar por um terapeuta exatamente por ele validar nossa evitação em relação ao dinheiro e tudo o que ela envolve.
Infelizmente, ainda são poucos profissionais que tem o know-how para trabalhar com questões financeiras em consultório. Na verdade, o mais comum é o inverso: psicólogos(as) que sequer percebem a dimensão psicológica da relação com o dinheiro. Essa carência perceptiva invariavelmente se reflete na sua prática (e na sua própria relação com o dinheiro, é claro).
Portanto, a provocação é: avalie se você não está autossabotando o seu processo por trás de uma terapia (ou seja lá o que for) que só repete um padrão evitativo.
📍Psi, essa é pra você: qual sua competência para lidar com queixas financeiras na terapia?
Psi, talvez você não saiba, mas a Psicologia do Dinheiro como campo teórico é extremamente recente, sua aplicação clínica, mais ainda. Podemos dizer que nós do Instituto, em especial a Adriana, realizamos um trabalho pioneiro no Brasil no que tange à prática clínica (falamos mais sobre a história da área e outras questões parecidas nessa edição, que vale muito a leitura). Então é fácil entender porque tão poucos profissionais tem repertório para abordar o universo financeiro em consultório.
Afinal, é um universo complexo e rico, ou pelo menos é assim que nós, aqui, queremos lidar com a coisa. O dinheiro atravessa toda a nossa vida e é um dos símbolos mais carregados na nossa sociedade. Ele interage com nosso senso de identidade, nosso universo psicoemocional, nossa história familiar, nossos valores sociais, com as pautas mais urgentes da sociedade, enfim, com praticamente tudo. E nós acreditamos que uma prática clínica razoável deve ter tudo isso no seu horizonte de consciência.
Reduzir nossa relação com o dinheiro a um de seus aspectos (pessoal, interpessoal ou sistêmico, p.ex.) e depois entender que esse aspecto sintetiza o problema, só gera mais problemas.
Infelizmente, ainda são muitos profissionais que não enxergam o papel da psicologia na elaboração da nossa vivência financeira. Enquanto a opinião pública vai se modificando, como tem feito nos últimos anos reconhecendo cada vez mais a legitimidade da Psicologia do Dinheiro, vamos continuando nosso trabalho de formação de profissionais e fomento à área no Brasil.
E por isso temos um mega convite para você:
Nos dias 19 e 20 de julho, acontecerá o I Encontro de Psicologia do Dinheiro na Prática Clínica aqui em Brasília, para profissionais interessados em desenvolver sua abordagem do universo psicológico do dinheiro na clínica.
Será o primeiro evento do Brasil dedicado à integração da teoria da Psicologia do Dinheiro na prática terapêutica.
Além disso, os participantes terão a oportunidade de publicar suas experiências e investigações nos anais do evento, que serão os primeiros do Brasil dedicados à temática da psicologia do dinheiro.
Será um encontro focado em apresentar e aprofundar a Psicologia do Dinheiro aplicada, fortalecer uma rede de profissionais e uma comunidade de prática e, claro, estreitar e aprofundar nossos laços pessoais e profissionais.
Você pode saber mais sobre o evento por aqui →.
Ah, e o lote promocional vai até dia 30 de maio.
A gente se vê lá!
E fica mais uma vez o convite para ler nossa edição sobre o que é, afinal, a Psicologia do Dinhiero no meio das Ciências Comportamentais e o que nós propomos a fazer: